É difícil imaginar um mundo sem desenvolvimento de software, não é mesmo? Os softwares são nossas ferramentas de trabalho, nossas plataformas de entretenimento, nossos meios de socialização e comunicação.
Se antigamente eles ficavam restritos aos computadores, hoje já se espalharam por quase todo dispositivo imaginável: celulares, carros, televisões, geladeiras e muito mais.
Então, se você quer descobrir tudo relacionado ao universo de desenvolvimento de software, este guia foi feito especialmente para você.
Neste texto você vai descobrir:
O que é desenvolvimento de software?
De acordo com a IBM, o desenvolvimento de software está relacionado a uma série de atividades no campo da ciência da computação dedicadas à criação, design, lançamento, manutenção e suporte de aplicativos e programas.
O software, em si, é um conjunto de instruções que são repassadas para um computador, celular ou outro tipo de aparelho programável. Apesar de atuar de forma independente do hardware, ambos são complementares: sem instruções uma máquina não opera, e sem um hardware o programa não tem o que instruir.
No geral, o processo de desenvolvimento de software é conduzido por programadores, engenheiros, gestores e desenvolvedores. Durante o desenvolvimento, há uma enorme interação entre esses diferentes profissionais, e a dinâmica entre eles pode variar bastante de acordo com o setor, organização ou comunidade em questão.
Mas, vale ressaltar aqui que a criação de softwares não está limitada a programadores ou equipes de desenvolvimento especializadas.
Além desses, cientistas privados, pesquisadores de universidades, fabricantes de hardware e muitos outros também elaboram códigos de programação, apesar do desenvolvimento de software não ser a função principal desses profissionais.
Quais profissionais compõem a equipe de desenvolvimento de software?
Programadores
Os programadores, também conhecidos como codificadores, escrevem o código fonte utilizado para instruir computadores a realizar tarefas específicas, tais como unir bancos de dados, processar ordens de pedido online, rotear comunicações, conduzir pesquisas, reproduzir textos, sons e imagens, entre outras coisas.
Dessa forma, os programadores tipicamente interpretam instruções dos engenheiros e desenvolvedores de software, utilizando de linguagens de programação como Java ou C++ para executar as ordens.
Engenheiros de software
Os software engineers aplicam princípios da engenharia para construir programas e sistemas capazes de resolver problemas.
Esses profissionais utilizam de linguagens de modelagem, como a UML, dentre outras ferramentas, para criar soluções que podem ser aplicadas a problemas mais gerais, ao invés de solucionar instâncias ou questões específicas a um cliente.
Além disso, as soluções desenvolvidas pelos engenheiros de software seguem um método científico e podem ser aplicáveis ao mundo real. Um exemplo disso é a programação desenvolvida para comandar elevadores.
Desenvolvedores de Software
Os devs, como são chamados, possuem uma função menos “formal” que os engenheiros e podem estar envolvidos diretamente com projetos de áreas específicas.
Ao mesmo tempo, são eles que comandam o ciclo geral de desenvolvimento de software, inclusive trabalhando em múltiplas equipes para transformar pedidos ou requisitos em funções.
Quais são os principais tipos de software?
Além disso, os devs também são responsáveis por gerenciar as equipes e processos de desenvolvimento, trabalhando desde a criação até a testagem e manutenção do software.
Existem três tipos principais de software: aplicativos, softwares de sistema e softwares de programação. Logo abaixo, você confere em mais detalhes cada um deles.
Aplicativos
Os aplicativos, ou apps, auxiliam usuários a realizar determinadas tarefas ou funções. Assim, os aplicativos englobam um conjunto bastante diverso de programas, desde os “clássicos de escritório”, como o Word e Excel, até plataformas como serviço, redes sociais, sites de e-commerce e muito mais.
Softwares de sistema
Já os softwares de sistema são menos conhecidos pelo grande público. No geral, esses são programas que comandam peças de hardware e desempenham funções vitais dentro dos sistemas operacionais, atuando como uma interface entre os aplicativos e os componentes da máquina. Exemplos disso são as BIOS, os drivers e os programas de boot, ou inicialização do sistema.
Softwares de programação
Por fim, os softwares de programação são ferramentas utilizadas por programadores, engenheiros e desenvolvedores para desenvolver qualquer tipo de software. São coisas como editores de textos, compiladores, depuradores (debuggers), entre outras ferramentas essenciais para escrever código de programação.
Quais são as etapas do desenvolvimento de software?
Análise econômica
O primeiro passo para o desenvolvimento de software é a análise econômica do projeto. Aqui, profissionais da administração e marketing fazem avaliações sobre a viabilidade financeira do software a ser desenvolvido, sua compatibilidade com os canais existentes de distribuição, os requisitos exigidos pela demanda, qual o custo e o tempo necessário para o desenvolvimento, entre outras coisas.
Após essa fase de avaliação, a empresa decide se vai dar continuidade ou não ao processo de desenvolvimento.
Vale destacar que, a depender do software em questão, o processo de desenvolvimento pode se tornar bastante complexo.
Além de problemas técnicos relacionados ao programa em si, podem surgir diversos outros tipos de desafios, envolvendo manejo de riscos, direitos de propriedade intelectual, orçamentação, gerenciamento de crises, entre outras coisas.
Daí a importância dessa etapa de análise econômica. Afinal, caso a empresa não seja capaz de planejar efetivamente a viabilidade do projeto, ela corre o risco de não conseguir cumprir os termos dos contratos e, no limite, ter que fechar suas portas.
Levantamento e análise de requisitos
Nessa etapa, a equipe de desenvolvimento elabora uma lista com todos os requisitos que o software em questão deve apresentar.
Por isso, a análise de requisitos é uma etapa extremamente fundamental, uma vez que a grande maioria dos clientes não detêm o conhecimento técnico em torno de como os softwares são desenvolvidos e, portanto, podem possuir uma visão simplista ou abstrata do projeto.
Profissionais de TI mais experientes buscam identificar, ainda nesta fase, requisitos que podem se mostrar incompletos, ambíguos ou até mesmo contraditórios.
E, embora as equipes de desenvolvimento se esforcem bastante para garantir que todos os requisitos sejam completos e consistentes, é muito difícil “acertar a mão” de primeira, e muitos acabam deixando boa parte dos ajustes para a fase de design e implementação.
Uma vez elencados os requisitos gerais determinados pelo cliente, é feita uma análise completa do escopo do processo de desenvolvimento, através da elaboração de um documento chamado escopo de software.
Por fim, a depender do tamanho do ciclo de desenvolvimento, é possível que novos requisitos sejam eventualmente incorporados ao projeto. Essa volatilidade de requisitos é bastante desafiadora, pois pode impactar profundamente os esforços atuais e futuros de desenvolvimento.
Design do projeto
Estabelecidos os requisitos para o software, é iniciada a fase de design do projeto. Nessa etapa de desenvolvimento, a equipe deve ter definido a linguagem de programação, o sistema operacional e os componentes de hardware envolvidos.
Existem dois passos importantes dessa etapa: o projeto de arquitetura de software, ou projeto de alto nível, e o projeto detalhado, também conhecido como projeto de baixo nível.
O projeto de arquitetura de software envolve uma avaliação preliminar e mais ampla dos principais módulos, ou partes, que serão desenvolvidas.
Já no projeto de baixo nível, é elaborado um documento com uma análise mais aprofundada do projeto, estabelecendo as relações e conexões entre cada módulo. Aqui, podem ser desenvolvidos protótipos para firmar requisitos ou para fazer uma prova de conceito, ou PoC, do inglês proof of concept.
Implementação
A etapa de implementação é aquela em que os desenvolvedores, programadores e engenheiros começam a escrever, de fato, o código de programação do software, utilizando como base para isso os projetos elaborados na fase anterior.
É aqui que cada um dos módulos, que foram imaginados durante a fase de design do projeto, ganha vida. Por isso, também, essa pode ser uma das etapas mais longas e árduas do ciclo de desenvolvimento.
Durante a implementação de software, é comum que os profissionais utilizem ferramentas para agilizar o processo de desenvolvimento. Exemplos disso são as bibliotecas, uma espécie de coleção de códigos e dados auxiliares que funcionam como “subprogramas”.
Assim, é possível aproveitar as funções que já foram feitas nessas bibliotecas, ao invés de ter que programar cada uma delas do zero.
Muitas equipes também utilizam as ferramentas CASE para acelerar e dinamizar as etapas de desenvolvimento.
CASE, que vem do inglês “Computer-Aided Software Engineering”, são softwares de programação que auxiliam com diversos processos do ciclo, desde a modelagem e análise de requisitos até a codificação e testagem do programa.
Os testes de software, como o próprio nome sugere, é a etapa do processo de desenvolvimento em que a equipe busca identificar possíveis erros, bugs e/ou defeitos.
Os testes são feitos tanto interna quanto externamente, contando para tanto com o auxílio de usuários. Em alguns casos, esses usuários testam o programa voluntariamente; em outros, a empresa pode contratar analistas de testes de software, também conhecidos como testadores de software.
A ideia da testagem é exaurir todas as possibilidades de uso do programa, bem como avaliar a sua usabilidade. Isto é, se suas interfaces e funções são intuitivas para os usuários, ou se eles enfrentam dificuldades na hora de utilizarem a aplicação.
Isso porque as pessoas que estão mais próximas ao projeto eventualmente desenvolvem um “olhar viciado”, em que as falhas e ineficiências do software não se tornam mais aparentes.
Por isso é tão importante trazer pessoas externas à equipe para avaliar o produto. Afinal, essas não estão com o olhar viciado, podendo assim melhor identificar bugs ou problemas de usabilidade.
Documentação
A documentação é fundamental para auxiliar com a manutenção do software, bem como ajudar programadores que não estiveram envolvidos com o processo de desenvolvimento a entenderem melhor o projeto em si.
No caso de um software legado, por exemplo, que pode estar em uma linguagem de programação antiga ou que caiu em desuso, ter uma documentação completa em mãos pode facilitar bastante a vida dos programadores.
Vale destacar aqui que, a depender da metodologia de desenvolvimento de software utilizado, o processo de documentação pode sofrer alterações. Por exemplo, o método Cascata, ou Waterfall, costuma produzir uma documentação mais completa e aprofundada do que metodologias ágeis.
E o processo de documentação pode, ainda, incluir a escrita de uma Application Programming Interface, ou API. A API reúne uma série de funções, comandos, objetos e protocolos que permitem outros desenvolvedores executar determinadas operações sem terem que escrever o código por inteiro.
Suporte, manutenção e atualização
Por fim, após ter codificado, testado e aprovado o software, entra em cena a etapa de suporte. Isso inclui processos que vão da instalação até a personalização do programa, para deixá-lo com os parâmetros ideais para o cliente.
Além disso, essa fase costuma incluir o treinamento para o software, visando instruir o usuário final a utilizar propriamente o produto.
Já a etapa de manutenção e atualização envolve a correção de bugs que foram descobertos após o lançamento e o desenvolvimento de novos requisitos.
E ao contrário do que muitos pensam, a fase de manutenção e atualização costuma consumir bastante tempo e energia da equipe de desenvolvimento, uma vez que qualquer mudança pode exigir uma modificação mais profunda na estrutura do código do software.
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Quais são as 5 principais metodologias de desenvolvimento de software?
Cascata (Waterfall)
A abordagem Cascata, também conhecida como Waterfall, é uma das metodologias de desenvolvimento de software mais tradicionais. Aqui, uma etapa de desenvolvimento só pode ser iniciada quando a anterior tiver sido concluída. Ou seja, tudo ocorre de forma linear e gradual, ou em “cascata”.
Por isso também, esse método é considerado mais simples que os outros. Entretanto, a falta de simultaneidade pode acabar engessando o ciclo de desenvolvimento, principalmente quando uma etapa acaba levando mais tempo do que apontava o cronograma da equipe inicialmente.
A metodologia Lean é bastante utilizada em projetos cujo prazo é apertado, ou quando o orçamento reservado para o ciclo de desenvolvimento é muito limitado.
Em inglês, “lean” significa enxuto, e a ideia desse método é justamente reduzir ao máximo o tempo necessário para cada etapa, removendo as ações que não forem tão importantes e concentrando as energias apenas naquilo que for realmente necessário.
Assim, a fase inicial do projeto se torna uma das mais importantes. Afinal, ao realizar a análise econômica e elaborar o escopo do software, a equipe precisa logo de cara remover quaisquer etapas que forem muito intensivas no uso de recursos.
As metodologias ágeis estão se tornando cada vez mais populares nas equipes de desenvolvimento de software. Isso porque o foco delas é utilizar bastante feedback, seja do time interno, de usuários ou dos próprios clientes, para alterar e melhorar constantemente o software.
A ideia é que, ao permitir um retorno mais rápido e frequente desses feedbacks, o time impede que aquele olhar viciado tome conta do processo de desenvolvimento, evitando com isso desperdícios de tempo, energia e recursos financeiros.
O grande benefício é que eventuais problemas no software podem ser corrigidos ainda nos estágios iniciais, garantindo mais qualidade na versão final do programa.
O Kanban é uma boa metodologia ágil para equipes que estão sobrecarregadas ou com muitas demandas ocorrendo em paralelo. Ele foi criado pela Toyota e serve para facilitar o acompanhamento do fluxo de produção na montadora, utilizando para isso símbolos visuais facilmente reconhecíveis, como post-its.
No Kanban, cada tarefa possui três estágios: a fazer, em andamento e entregue. À medida que são realizadas, o post-it daquela tarefa é reposicionado para condizer com o estágio correspondente.
Além disso, cada atividade da equipe não possui um período fixo para ser entregue, sendo lançadas conforme o desenrolar do projeto. Dessa forma, o Kanban é muito mais flexível e amplia a responsabilidade de cada membro da equipe, tornando todos responsáveis pelo cumprimento do prazo final.
O SCRUM também se enquadra dentro das metodologias ágeis, sendo inclusive uma das mais famosas entre elas. No SCRUM, as equipes dividem as atividades em ciclos, chamados de Sprints, com cada sprint representando o tempo em que essas atividades devem ser realizadas.
Além disso, nesse método a equipe de desenvolvimento realiza reuniões diárias, para planejar o que será realizado nas próximas 24 horas.
Com isso, é possível acompanhar mais de perto as execuções de cada atividade, podendo até realizar desvios de curso com mais facilidade, seja para otimizar o uso de recursos ou para cuidar de alguma emergência que surgiu durante o processo.
Quais são as linguagens de programação mais usadas em 2021?
De certa forma, é possível pensar no código de programação como o insumo do software, isto é, a matéria-prima a ser convertida em um produto final. Portanto, para desenvolver bons softwares, é fundamental conhecer profundamente suas principais linguagens.
Mas com tantas linguagens de programação disponíveis, como descobrir quais o mercado de trabalho mais exige? Como definir qual língua você deve aprender?
Para ajudar com essas questões, existe um índice que informa quais linguagens estão sendo mais utilizadas por programadores no mundo inteiro: o Tiobe Index.
O Tiobe utiliza dados de busca do Google, Wikipedia, YouTube, entre outros, para informar todo mês aquelas que foram mais populares.
Abaixo, você confere a lista com as linguagens mais populares em julho de 2021, momento em que esse guia foi escrito.
As 10 linguagens de programação mais usadas no mundo
C Python Java C++ C# Visual Basic JavaScript PHP Assembly Language SQL
E, assim, a gente encerra o nosso guia!
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